COMO AS GAIVOTAS

Quem me dera vagar pelos espaços,
Livre do peso morto da matéria,
Depois de ter, enfim, rompido os laços
Que unem ao corpo nossa essência etérea.

Como as gaivotas, que não deixam traços
Em sua infinda trajetória aérea,
Deslizar e fugir sem embaraços
Pelo vazio da amplidão sidérea…

E após … Continuar lendo

OURO PRETO

Entre o incenso dos véus crepusculares
Que envolvem, no poente, a serrania,
Padre Sol, ajoelhado ante os altares,
Reza a longa oração da nostalgia.

Paira uma unção litúrgica nos ares…
Na Catedral da Tarde, erma e vazia,
Ressoam de repente os seculares
Sinos de bronze, lamentando o dia.

Ó sinos! … Continuar lendo

METEMPSICOSE

Talvez, em outros dias, outra Idade,
Numa vida passada que tivemos,
Envolta no mistério da saudade
E cujos episódios esquecemos;

Talvez (quem sabe se não é verdade?)
Habitando outro corpo que perdemos,
Nalgum belo país da antigüidade,
Foi que outrora nós dois nos conhecemos.

Por isso, meu amor, por tal … Continuar lendo