Talvez, em outros dias, outra Idade,
Numa vida passada que tivemos,
Envolta no mistério da saudade
E cujos episódios esquecemos;
Talvez (quem sabe se não é verdade?)
Habitando outro corpo que perdemos,
Nalgum belo país da antigüidade,
Foi que outrora nós dois nos conhecemos.
Por isso, meu amor, por tal razão
É que ao te ver, pelo primeiro dia,
Nas vestes da presente encarnação,
Tive a impressão de que me recordava
Que, não sei de onde, já te conhecia,
E, desde não sei quando, já te amava!
Soares da Cunha
Academia Mineira de Letras
Belo Horizonte